A tirania do corpo
Coluna Bastidores do JORNAL EXPRESSÃO REGIONAL.
Confesse! Você já fez dietas malucas, ralou na academia, pensou em plástica, remédios… Eu sei que você já pensou nisso, porque eu também já pensei. Eu, você e mais milhões de brasileiros. Somos o país da obsessão pelo corpo perfeito, os maiores compradores de remédio para emagrecer e os segundos no ranking das cirurgias plásticas.
Muitos devem ter ouvido falar na última semana de dois casos específicos da luta pelo corpo bonito. Primeiramente sobre a sibutramina, substância que auxilia no emagrecimento, onde ela diminuia drasticamente o apetite e acelerava o metabolismo, fazendo com que as atividades diárias fossem o suficiente para gastar muita energia, e assim, emagrecer facilmente. Parecia um milagre, mas os cientistas vinham estudando a substância há alguns anos e chegaram a uma conclusão: ao ingerir remédios com a sibutramina, as chances de adquirir doenças cardiovasculares aumentariam em 16%. Ou seja, na europa o remédio foi proibido. No Brasil, continua sendo vendido, e mesmo que seja proibido, com certeza muitos continuarão a consumi-lo, sem se dar conta dos riscos e do que isso representa.
Outro caso comentado na semana passada foi a lipoescultura que a jornalista Lanusse Martins realizou em Brasília. Um erro médico, onde um instrumento atingiu o rim da jornalista e provocou uma hemorragia grave e resultou no falecimento da mesma. Muito mais se ouve sobre a busca pela boa forma: uso de suplementos alimentares, malhação pesada, bulimia, anorexia, ou seja, muitos distúrbios aparecem pelo exagero, a obsessão pelo corpo perfeito.
A resposta para o aparecimento desses casos pode ser cultural, mas é fato que existem muitas mulheres, por exemplo, que não admitem uma dobrinha na barriga ao se sentar, ou os homens que passam horas “puxando ferro” na academia. E esse conceito de beleza está diretamente ligado ao desejo da juventude eterna. O que falta é a procura pelo bem-estar de cada um, e não sonhar com o corpo da passista de escola de samba ou o tórax do jogador de futebol. A busca não deve ser pelo corpo perfeito, nos padrões estéticos midiáticos, e sim a busca deve ser pelo equlíbrio, do corpo e da alma.
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