Afinal, o que vem por aí com essa doença?
Veja o que pode acontecer, em números, se não forem tomadas medidas drásticas e imediatas de quarentena, isolamento e proteção dos mais vulneráveis.
O que a nossa região pode esperar durante essa crise de saúde provocada pelo novo coronavirus que assola o mundo? É a dúvida de muita gente. Observando e buscando informações em fontes confiáveis é possível entender o tamanho do alerta e dos equívocos que tem acontecido em relação ao assunto.
Felizmente, a humanidade conta com profissionais que produzem estimativas confiáveis a respeito do problema. São trabalhos técnicos que dão norte às pessoas e aos governantes, no que diz respeito à prevenção e preparação de estrutura necessária para enfrentamento de tempos difíceis como aqueles que não tardam em chegar.
É o momento de confiarmos nas pessoas com qualificação técnica sobre a área. São eles que mostrarão os caminhos viáveis e o quanto isso vai impactar em nosso dia a dia.
Um grupo de especialistas do Colégio Imperial de Londres – Imperial College London – publicou, no último dia 26, um estudo intitulado: “O impacto global da COVID-19 e estratégias de mitigação e supressão“, que fazem uma previsão do que pode vir a ser o cenário em cada um dos países atingidos pelo novo coronavirus, inclusive no Brasil.
Vale lembrar, o Colégio Imperial de Londres é uma instituição britânica com foco em ciência, engenharia e medicina que já ocupou o 6º lugar no mundo em suas competências. Em outras palavras: São autoridades no assunto que merecem ser ouvidas e levadas à sério.
As estimativas são divididas em 5 situações/cenários diferentes, conforme a estratégia que pode ser adotada:
- Sem medidas de mitigação: Cenário no qual as pessoas seguem normalmente as suas vidas, sem medidas preventivas;
- Com distanciamento social de toda a população: Cenário onde as pessoas mantém distanciamento social básico, sem medidas mais drásticas de quarentena/isolamento;
- Com distanciamento social drástico de toda população e reforço quanto aos idosos: Cenário onde as pessoas mantém distanciamento social drástico, conforme orientações de quarentena/isolamento emanadas pelas autoridades e com especial atenção à quarentena e isolamento de idosos acima de 70 anos;
- Com supressão tardia: Iniciar medidas ainda mais drásticas com relação ao distanciamento social quando a situação ficar complicada, ou seja, quando os problemas começarem realmente a tomar grandes proporções;
- Com supressão precoce; Iniciar imediatamente medidas drásticas de quarentena/isolamento, sem esperar que a situação fique difícil para fazer aquilo que deve ser feito.
Assim, considerando cada um dos cenários acima, a estimativa quantitativa no Brasil, segundo o estudo, pode ser resumida da seguinte forma:
Medidas a ser tomadas: | Número de infectados: | Mortes: | Necessidade de hospitalização: | Necessidade de Tratamento Intensivo (UTI): |
---|---|---|---|---|
Sem medidas de mitigação: | 187.799.806 | 1.152.283 | 6.206.514 | 1.527.536 |
População em distanciamento social: | 122.025.818 | 627.047 | 3.496.359 | 831.381 |
Distanciamento social com REFORÇO quanto a idosos: | 120.836.850 | 529.779 | 3.222.096 | 702.497 |
Supressão tardia: | 49.599.016 | 206.087 | 1.182.457 | 460.361 |
Supressão precoce: | 11.457.197 | 44.212 | 250.182 | 57.423 |
Para os 2 cenários mais positivos (supressões tardia e precoce) aponta-se também o número estimado de internações simultâneas durante o pico da pandemia (quando estiver afetando o maior número de pessoas):
Medidas a ser tomadas: | Demanda de hospitalização durante pico da pandemia: | Demanda de leitos de UTI durante pico da pandemia: |
---|---|---|
Supressão tardia: | 460.361 | 97.044 |
Supressão precoce: | 72.398 | 15.432 |
Esses números deixam evidente que iniciar, desde já, uma supressão imediata do convívio social com especial atenção aos grupos de risco é a única iniciativa lúcida e coerente para evitar uma tragédia cada vez maior.
Não se trata de uma cura da doença virulenta, mas de algo ainda mais importante para esse momento: possibilitar que o sistema de saúde público e privado não entre em colapso, colaborando para reduzir o número de internações simultâneas.
Vale observar: Territórios onde não foram respeitadas as orientações dos profissionais de saúde vivem, hoje, uma tragédia:
- Hospitais na Itália usam protocolo no qual ficam sem atendimento aqueles que tem pouca chance de se recuperar;
- Carretas frigoríficas estacionam nos fundos dos hospitais em Nova Iorque para armazenar corpos, pois os necrotérios estão lotados e as funerárias não dão conta da demanda;
- Prefeito de Milão pede desculpas, publicamente, pelo erro de ter se omitido e, de certa forma, apoiado a ideia de manter em cidade em movimento;
Em suma, muitas pessoas adoecem ao mesmo tempo e ficam sem assistência hospitalar, pois os serviços de saúde estão superlotados e entrando em colapso. Ou seja, a doença não mata por si só, mas é extremamente perigosa quando combinada com falta de recursos para tratamento.
Quanto menos pessoas adoecerem, mais vidas serão salvas.
Assim, é dever moral e ético levar a sério todas as recomendações de quarentena do Ministério da Saúde e da OMS – Organização Mundial da Saúde.
A hora de agir é agora. A hora é de #FicarEmCasa
Fontes:
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020;
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020.
- Com a contribuição de @bonissauro;
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020;
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020.
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020.
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020.
- aqui>. Acesso em: 28 Mar. 2020.