Centenas de caranguejeiras chamam atenção em passeio por São Vendelino
Centenas de filhotes de aranhas caranguejeiras andando em fila chamam atenção durante pedal em São Vendelino. Biólogo diz que é comportamento incomum.
Durante um passeio de bicicleta até o local conhecido como “Morro do Diabo“, em São Vendelino/RS, encontrei o que parecia ser, à distância, uma fileira de formigas cortadeiras, também muito comuns em nossa região. No entanto, ao chegar perto, registrar e pesquisar depois, percebi se tratar de uma fileira ordenada e em trânsito de centenas de filhotes de aranhas caranguejeiras.
https://www.facebook.com/luizfgdeitos/videos/vb.1412332581/10223114181468894/
Era visível que os pequenos animais seguiam uma trilha guiando-se por, pelo menos, um fio de teia estendido pelo chão. O ambiente onde estavam é de densa mata nativa, no fundo de um vale rodeado de encostas de até 500 metros de altura, aos pés do conhecido morro do diabo e no outro lado da encosta do Morro 29.
Não identifiquei a espécie no momento do encontro, mas o comportamento incomum motivou o registro que fiz.
Semanas depois de divulgar o vídeo acima em rede social, Ivam Baumgaertner enviou via Whats-App um registro que fez em Barão/RS, de uma toca de aranha caranguejeira onde é possível ver muitos filhotes escondidos dentro e nas imediações.
Pesquisando, identifiquei se tratar de filhotes de caranguejeira em um comportamento relativamente incomum: O biólogo André Yansen, comentando outra ocorrência desse comportamento divulgada pelo portal G1, aventa a possibilidade de “serem filhotes recém-nascidos que, após a eclosão da oteca (rompimento da bolsa de ovos), se perfilaram na tentativa de ficarem menos vulneráveis aos predadores durante o deslocamento para um local mais seguro”,
As aranhas caranguejeiras, com mais de 900 espécies já catalogadas, são um grupo de aranhas tarântulas, animais invertebrados do grupo dos Artróprodes.
Não é incomum encontrá-las especialmente em zonas rurais e de mata no sul do Brasil. Podem chegar a incríveis 30cm de tamanho, embora, em média, atinjam entre 15 e 25cm (o que já é um tamanho considerável entre os aracnídeos).
O veneno não oferece risco aos humanos, sendo mais comuns acidentes através da principal defesa do animal, que são os pelos de seu corpo e abdome que, em contato com a pele ou mucosa humana, podem causar irritação, alergia e sensação de queimação, especialmente nos olhos.
O acidente de picada é mais dolorosa pela agressividade mecânica do que pelo potencial de seu veneno, na medida em que são 2 quelíceras que perfuram a pelo humana, cada uma podendo atingir 3cm de comprimento.
Pouco adiante do local onde as encontrei, provavelmente havia a mãe de todos esses filhotes esperando que voltassem a se agrupar.