A evolução do papel da mulher
Dia Internacional da Mulher.
Nos últimos 50 anos, o papel da mulher, no meio social, é um exemplo real de que o mundo está em constantes mudanças.
Em tempos de múltiplas jornadas, as mulheres se veem no meio de várias ocupações, tendo que realizá-las com êxito, muitas vezes não se permitindo o erro. A mulher antiga não trabalhava porque tinha que doar muito do seu tempo às atividades domésticas e, se saía deste padrão, sentia a culpa imposta pela sociedade. “É visível que cada vez mais, as mulheres vem conquistando espaço na sociedade. É comum vermos mulheres buscando assumir o papel de mãe, dona de casa, mulher, modelo e ainda garantir sua independência. Isso é o que a sociedade espera delas neste mundo moderno, mas assumir todos estes papeis ao mesmo tempo, é um questionamento feito pelas mulheres com frequencia”, argumenta Deise Steffens, psicóloga.
A culpa que hoje as mulheres sentem foi transferida para quando as mães tem que deixar os filhos na creche para ir trabalhar, ou quando estão na rua enquanto o marido a espera, enfim, as cobranças aparecem e as mulheres sofrem de angústia e ansiedade. “No consultório escuto o dilema enfrentado pelo sexo feminino: de um lado, a mãe que não conseguiu acompanhar o crescimento dos filhos para permanecer no trabalho; de outro, a mulher que dedicou anos de sua vida cuidando da casa e do marido, deixando de atuar no mercado de trabalho e hoje se sente inútil”, avalia Deise. O que as mulheres devem entender é que esse tipo de sentimento faz parte do ser humano e não deve virar neurose, pois o caminho para se realizar é confiar na própria capacidade, e não querer se igualar ao homem em tudo.
As conquistas das mulheres nas últimas décadas foram imensas: viraram chefes de estado, assumiram papeis que geralmente eram masculinos, e estão vencendo nessas áreas. Porém, ao assumir esses cargos, a mulher não precisa deixar de ser feminina e nem precisa competir com os valores masculinos. É necessário encontrar o que há de melhor nos gêneros, pois, a mulher, ao abandonar as emoções genuinamente femininas, como intuição, elas esquecem aquilo que as tornam únicas no meio em que estão. “O fato das mulheres desempenharem funções até pouco entendidas como “masculinas” ainda causam para alguns certo desconforto. Não é ímpeto das mulheres que se lançam no mercado de trabalho, na política e na defesa de causas sociais, competir com os homens. A mulher assim como os homens busca espaço para contribuir e construir junto a sociedade”, avalia Carla Maria Specht, prefeita de Salvador do Sul.
A prefeita Carla é um exemplo de conquista feminina em um meio em que o homem vinha assumindo há anos. Em 46 anos de emancipação política do município, ela é a primeira prefeita. Esse tipo de conquista das mulheres na sociedade se deve a gradativa mudança da mentalidade das pessoas e que contribuíram para a transformação da condição social das mulheres nas últimas décadas. Do direito ao voto até a ocupação das mulheres na política, foi um processo de redemocratização do País e graças a movimentos delas nesse processo. “A mulher é protagonista na formação sócio-política da população, com suas ações voltadas ao exercício da cidadania, tendo papel fundamental na consolidação da democracia. Ela trás consigo a sensibilidade, a delicadeza e a força, com o equilíbrio das visões diversificadas pelos gêneros. A mulher na política, por seus atos e vivências, incorpora à sociedade os conceitos de igualdade e respeito, tendo tanta importância como os homens no seu valor humano, social, político e econômico”, explica a prefeita.
No dia 08 de março, o dia internacional da mulher, as comemorações serão de extrema importância, tanto pelas conquistas femininas quanto pela consolidação de seu papel na sociedade. “Respeitando sua individualidade e suas escolhas, as mulheres tem conseguido estabelecer o que é melhor para a sua própria vida e não somente o que a sociedade espera da mulher moderna”, completa Deise.
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