O endereço do emprego é no interior

Cada vez mais profissionais se mudam para cidades menores a procura de melhores oportunidades.

O momento é de competição. Vive-se numa correria, em busca do melhor emprego, da boa qualidade de vida, do bem estar do e da alma. Buscar essa junção de vida tranqüila e bom emprego é quase impossível ultimamente. Será mesmo? As grandes metrópoles sofrem com o intenso número de profissionais que procuram emprego. Aos recém formados é ainda pior, pois quase não há espaço para os sem experiência, pois preferem não trocar o certo pelo duvidoso, ou até mesmo não existe paciência e tempo para a adaptação deles.

A solução, que para alguns é praticamente impossível, existe. Cidades do interior estão de portas abertas para aqueles que querem começar do zero, ou então ter uma vida mais tranqüila e recebendo um ótimo salário. E o campo está disponível para todo o tipo de profissional, seja ele da saúde, advogados, professores, comunicadores, ou para aqueles que desejam trabalhar na área industrial ou agroindustrial.

Um exemplo é Salvador do Sul, município situado na região do Vale do Caí, no Rio Grande do Sul. Salvador do Sul sempre foi uma cidade tradicionalmente , onde mais da metade da população vive nos distritos em volta da cidade. Atualmente, cerca de 45% vive na sede, e outros 55% vivem ainda na área rural. O secretário da Indústria e Comércio do município, Marco Werner, afirma que o grande crescimento da área industrial do município influencia no êxodo das pessoas das grandes metrópoles para as cidades do interior. O secretário garante também que os incentivos da , tanto na área industrial como na agroindústria ajudam a manter a população salvadorense empregada e ainda cria mão-de-obra para outras cidades, sejam elas vizinhas, ou até de outros estados. “Alguns representantes de aviários do interior do município vão até a região norte e nordeste do Estado atrás de famílias inteiras para trabalhar. Fazem entrevistas e garantem moradia e emprego para essas pessoas”, acrescenta Werner.

São cerca de 7 mil habitantes e uma oferta de emprego maior do que a cidade possa suprir. O orçamento anual de Salvador do Sul aumentou 38% no ano passado. E nos últimos 3 anos, a vinda de novas empresas e o aumento no número de empregos foi de mais de 20%. “O distrito industrial de Salvador recebeu da prefeitura o investimento de R$ 430 mil para ampliação de três hectares”, afirma Cleo Meurer, assessor de imprensa da administração municipal. Com isso, foram oferecidas áreas para novas empresas se instalarem no local, como a Mapel, Librot e Madearte. Também são construídos barracões para que sirvam de instalações provisórias até a vinda definitiva da empresa. Esses dados acabam sendo um atrativo para aqueles que procuram uma vida tranqüila e estabilizada.

Orivaldo de Almeida, natural de Planalto, é um exemplo daqueles que vieram com toda a família em busca de melhores oportunidades em Salvador do Sul. Trabalha atualmente na Naturovos, juntamente com a sua esposa Amália, no período noturno. Almeida trabalhava anteriormente, também com a sua esposa, na Doux/Frangosul, no setor de de . “Recebi a informação de que havia emprego em Salvador do Sul através de conterrâneos que também já haviam se mudado para cá”, lembra. Através do serviço oferecido pelas empresas citadas, Almeida e sua família já conseguiram construir sua casa própria, usando parte dos recursos do FGTS. “Estou muito satisfeito com a chance que tive aqui e, inclusive, meus três filhos estão estudando para, posteriormente, também assumirem seus postos de trabalho, pois há várias alternativas de emprego na cidade”, diz Almeida, emocionado.

O prefeito de Salvador do Sul, Volnei Garcia de Lima lembra também das oportunidades para os graduados, alertando que apenas quem se dedica tem vez nas cidades pequenas. “Se compararmos a concorrência nos grandes centros, acredito que as probabilidades não são muito diferentes das encontradas aqui, vai valer então a capacidade e o potencial de cada um para ocupar esses espaços”, enfatiza o prefeito.

Esse é o caso da fonoaudióloga Rose Aline Lermen, natural de Barão, que fica também no Vale do Caí. Ela já morou em grandes centros, como Florianópolis, capital de Santa Catarina, e em São Paulo, capital. “Considero o tempo em que atuei em Florianópolis e São Paulo como uma acumulação de experiências, podendo avaliar se valia ou não a pena abrir a minha própria clínica”, explica Rose. Atualmente Rose trabalha e mora em Salvador do Sul, e está muito feliz com a escolha. “Mudei-me para uma cidade menor por considerar que é uma boa oportunidade, pois além de crescer como o negócio, posso contribuir para a saúde do município de forma mais próxima das pessoas. Nas grandes metrópoles é tudo muito frio e o ser humano torna-se apenas mais um na multidão. Nas cidades menores a gente fica mais próximo das pessoas e isso me satisfaz pessoal e profissionalmente”, diz. Na sua cidade n

Para o advogado Luciano Alflen, a convivência é maravilhosa no interior (Foto: Cathierine Hoffmann)

A supervisora de RH Lisiane gosta dos desafios (Foto: Cathierine Hoffmann)

A fonoaudióloga Rose Aline gosta das simplicidade que é viver em cidades pequenas (Foto: Cathierine Hoffmann)
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